Os filmes Memórias do Cangaço, Subterrâneos do Futebol, Nossa Escola de Samba e Viramundo, originalmente filmados em 16mm, foram ampliados para o formato 35mm e exibidos como um longa-metragem intitulado Brasil Verdade, distribuído em 1966.
festivais & prêmios
– Participou do Festival de Cinema de Berlim – Berlim, Alemanha / 1966;
– Gaivota de Ouro – Festival Internacional do Filme – Rio de Janeiro / 1965;
– Menção Honrosa – Governador do Estado – São Paulo / 1965;
– Dziga Vertov” – União Mundial de Cinemateca – Brasília / 1965;
– Primeiro Prêmio – Festival de Popoli – VII Rassegna Internazionale Del Film Etnográfico e Sociológico – Florença, Itália – 7 a 13 de fevereiro de 1966;
– Prêmio da Crítica Internacional – XI Jornada Internacional do Filme de Curta-Metragem – Tours, França / 1966;
– Projeções dos filmes da série: “A condição brasileira” – XXIV Reunião anual da SBPC-Sociedade brasileira para o progresso da ciência. São Paulo, 02 a 08 de julho de 1972.
direção, pesquisa e estrutura: Paulo Gil Soares
assistência de direção: Terezinha Muniz
montagem: João Ramiro Melo
sincronização: Affonso Beato, Paulo Gil Soares
fotografia de cena: Dolly Pussi
apresentação: Lygia Pape
produtor executivo: Edgardo Pallero
fotografia e câmera: Affonso Beato
produção: Thomaz Farkas – Divisão Cultural do Itamaraty – Departamento de Cinema do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
–
música: tocada e cantada pelos violeiros João Santana Sobrinho e José Canário; dobrado “Dois Irmãos” de Armindo de Oliveira, executado pela banda da Polícia Militar do Estado da Bahia.
Mostra as origens do cangaço, movimento armado de bandoleiros no Nordeste entre 1935 e 1939, com entrevistas de alguns sobreviventes da luta, policiais e cangaceiros. Entremeadas com os depoimentos, sequências autênticas de filmes realizados em 1936 por Benjamin Abrahão, um mascate árabe que conseguiu filmar o famoso bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
Memória do cangaço começou, lembrava Paulo Gil Soares, num encontro informal com Thomaz Farkas em 1964 num bar de Copacabana “numa avenida Atlântica do Rio ainda sem as reformas que levaram o mar para longe e alargaram a calçada” e apertada pelo clima da ditadura. “Uma semana depois ele aprovava o roteiro do meu primeiro filme pessoal e que terminou iniciando minha vida de cineasta e de carioca, abriu para mim os caminhos das profissionalização e terminou ganhando a única Gaivota de Ouro do Festival Internacional do Filme 1965”. Paulo Gil lembra ainda que em 1969 Farkas voltou a produzir documentários culturais “e lá fomos nós para o Nordeste realizar um ciclo fantástico de filmes que retratava a cultura da região”. Daí saíram Frei Damião, Jaramataia, O homem de couro, Erva Bruxa, A mão do Homem, Vaquejada, “um esforço de produção que nunca mais se repetiu e acredito ser difícil voltar a acontecer”.